domingo, 3 de maio de 2009

Por que temos menos poesia em nossas vidas ?

Ontem em plena virada cultural me deparei com a solidão mais uma vez, e ela estava intensa em meio ao frio paulistano. A virada cultural estava como sempre efervescente, pessoas aguardavam seus ídolos e outras... bom .... outras estavam lá só pela multidão e pelo passeio.
Continuou sendo a São Paulo dos contrastes, pessoas de todas as idades, estilos e condições sociais. E o centro, onde se encontra os rejeitos humanos, estava em festa. O frio mais uma vez foi meu companheiro, velho companheiro, boa lembrança dos tempos solitários de Itália. Esta companhia que me lembrava a todo estante que eu ainda estava vivo, mesmo quando eu vagava como um fantasma em meio a multidão. Obrigado irmão.
Mais uma vez a gigantesca cidade de grupos e estilos me mostrou sua outra face. Obrigado cidade mãe.
E a poesia ??? aaaaa a poesia de protesto de hip-hop, a poesia de Marcelo Camelo e a poesia da vida .... me fizeram ter nostalgia de Chico Buarque e tantos outros.
Por isso deixo aqui uma que gostei muito, un regalito de Cortázar.

HAPPY NEW YEAR

Mira, no pido mucho,
solamente tu mano, tenerla
como un sapito que duerme así contento.
Necesito esa puerta que me dabas
para entrar a tu mundo, ese trocito
de azúcar verde, de redondo alegre.
¿No me prestás tu mano en esta noche
de fìn de año de lechuzas roncas?
No puedes, por razones técnicas.
Entonces la tramo en el aire, urdiendo cada dedo,
el durazno sedoso de la palma
y el dorso, ese país de azules árboles.
Así la tomo y la sostengo,
como si de ello dependiera
muchísimo del mundo,
la sucesión de las cuatro estaciones,
el canto de los gallos, el amor de los hombres.


Julio Cortázar.

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