segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mais um dia ...

      É difícil manter a disciplina e a dedicação quando você espera ansiosamente um retorno, um prazer imediato ou alguma recompensa. É inevitável, o ansioso quer resultado a curto prazo.
      A ausência de carinho tem me feito pensar em o quanto realmente precisamos desses retornos.
      Acho que o que mais dói em mim agora na verdade é a impossibilidade de oferecer tal carinho, mas fazer o que ...
      Fico pensando nas inúmeras coisas que ainda tenho e quero fazer antes de ter alguém e esperar concluí las é tão difícil. Isso vai tirando o prazer dos pequenos empenhos diários e das conquistas de longo prazo. E acabamos criando muita expectativa pela próxima paixão. Não falo de paixão no sentido de um relacionamento homem e mulher, falo da paixão por um novo projeto no trabalho, uma futura viagem ou o aprendizado de uma língua por exemplo. Literalmente descobri que vivo de paixões, de picos de motivação e de momentos de inspiração. Uma vez eu li que o amor é sustentado por picos de paixão e como em um gráfico a linha do amor irá se aproxima a 0 no eixo Y caso não surja um novo surto de paixão, criando uma onda positiva para esta relação.
     Bom, tudo acontece e defini o que somos na nossa infância. Lá construímos nossa auto-estima.
     No meu caso eu tive um olhar único e exclusivo na necessidade de empenharmos para mantermos o amor e as relações que acreditamos serem essenciais. Isso tudo era alimentado por uma insegurança e um medo enorme de que na falta de meu empenho, provavelmente não seria aceito ou até mesmo seria abandonado. E não fica só aí, tudo parecia ter sentido quando vemos nas aulas de religião a necessidade de doação ao próximo e sobre a importância do amor.
      "Jesus Cristo e Che entraram para o mesmo hall de ídolos para mim..."
      Bom, isso é um pedacinho da minha história e um pouco de explicação sobre como a insegurança, a afetividade, a disciplina estão diretamente ligadas a ansiedade.
De resto precisamos aprender a conviver com nossas angustias e frustações para que não soframos tanto. Olhar a cada dia somente para aquilo que não tem e para o que deu errado promove sentimentos contraproducentes. Realmente, nem sempre todas as reflexões são produtivas. 
Temos que ter cuidado, pois como ser humanos que somos, nós reproduzimos padrões e até mesmo quando você pensa que está refletindo e chegando a uma grande e nova conclusão, você de forma desapercebida reproduz o mesmo padrão e assim o mesmo erro. Por isso estou dando mais valor ao conhecer e ouvir pessoas diferentes de mim e que até mesmo possuem outra postura ideológica.

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